Restingas
28/08/2014 22:40No Brasil, as restingas são encontradas ao longo do litoral desde a costa leste do Pará até a costa do Rio Grande do Sul, perfazendo um total de aproximadamente 9.000 km de extensão.
Em cada uma das grandes regiões reconhecidas para a costa brasileira ocorre planícies formadas por sedimentos terciários e quaternários, depositados predominantemente em ambientes marinho, continental ou transicional; frequentemente tais planícies estão associadas a desembocaduras de grandes rios e podem estar intercaladas por falésias e costões rochosos de idade pré-cabralina.
As planícies costeiras formadas pela justaposição de cordões litorâneos são uma das feições mais marcantes do litoral brasileiro, especialmente da sua porção sudeste e sul, em cujos ambientes atuais podem ser encontrados praias, dunas frontais, cordões litorâneos e zonas intercordões. Na vegetação ocorrente sobre as planícies costeiras brasileiras, os termos empregados para designar a restinga variam muito.
De maneira geral, a palavra restinga é utilizada para todos os tipos de depósitos arenosos litorâneos, de origens variadas, caracterizadas, em geral, por superfícies baixas e levemente onduladas, com suave declive rumo ao mar. Podemos considerar como “vegetação de restinga” o conjunto de comunidades vegetais fisionomicamente distintas, sob influência marinha e flúvio- marinhas distribuídas em mosaico e em áreas com grande diversidade ecológica, sendo classificadas como comunidades edáficas, por dependerem mais da natureza do solo que do clima.
Quaresmeiras, Orquídeas, cactos, pitangas, bromélias são algumas plantas comuns da restinga. Suas raízes são na maioria, extensas e superficiais para aumentar a superfície de absorção e contribuir para a fixação no substrato móvel. À medida que se caminha do mar em direção ao continente, ocorre uma redução na concentração salina no solo, o que caracteriza formações vegetais distintas.
A expansão urbana e a caça indiscriminada têm concorrido bastante para o desaparecimento de muitas espécies de mamíferos da restinga. Até a onça-parda e a suçuarana ocorria aí normalmente, assim como suas presas, o veado-do-catingueiro, o porco do mato e roedores como a capivara, a paca e a cotia. Atualmente os mamíferos predadores se restringem ao cachorro-do-mato, o coati, o guaxinim e alguns felinos como o gato-do-mato, esses bastante escassos. Além de gambas ocorrem ainda alguns roedores, entre eles o simpático caxinguelé.
A ave fauna regional é também encontrada em outras comunidades bióticas adjacentes às restingas. Nas praias arenosas, há os urubus, gaivotas e maçaricos entre outras, são comedoras de pequenos antrópodes ou se alimentam de carniça.
Nas partes mais internas das restingas, onde a vegetação florestal é mais desenvolvida encontrem se aves como a rolinha-da-restinga, anus, bacuraus, beija-flores. Nas partes descampadas vive o indefectível corujinha-buraqueira, que usa as tocas abandonadas de tatu ou constrói seus abrigos, cavando o solo com as patas. Também podemos encontrar a corujinha-do-mato. Também são numerosos os passiformes, como o sabiá-da-praia, o tiê-sangue, os sanhaços, sairas e a pequena cambacica.
Entre os répteis ocorrem serpentes, como o sururucu, lagartos e calangos, os jabutis são atualmente raros e até há uns anos passados era possível encontrar o jacaré-de-papo- amarelo nas lagoas circundadas por restingas.
À medida que a vegetação surge com maior pujança ocorrem outras espécies, como é o caso do crustáceo, maria-farinha e alguns anfíbios, entre eles diversas pererecas.