Campos ou Pampas

28/08/2014 22:52

Os Campos, também chamados de Pampas (termo de origem indígena que significa “região plana”) ou Campos Sulinos, são formações abertas compostas basicamente por gramíneas com alguns arbustos como Matas Ciliares (nos leitos dos rios).

Típicos de regiões de clima subtropical e com chuvas regulares, é a vegetação típica do Sul do Brasil e de regiões da Argentina e Uruguai.

A nomenclatura de “Pampas” geralmente se atribui aos campos da região sul do Rio Grande do Sul e partes da Argentina e Uruguai onde o relevo é bastante plano. Nas outras regiões são comuns os chamados “campos do alto da serra” em áreas de transição com a Mata da Araucária, ou, ainda, campos semelhantes às savanas em locais mais secos.

As gramíneas mais encontradas nos campos da região sul do Brasil são a Stipa, Piptochaetium, Aristida, Briza e Mélica, além de algumas espécies de cactos, leguminosas e bromeliáceas.

É um dos ecossistemas mais ricos em relação à biodiversidade de espécies animais, contando com espécies endêmicas, raras, ameaçadas de extinção, espécies migratórias, cinegéticas e de interesse econômico dos campos sulinos.

As principais espécies ameaçadas de extinção são exemplificadas por inúmeros animais, como: a onça-pintada, a jaguatirica, o mono-carvoeiro, o macaco-prego, o guariba, o mico-leão-dourado, vários sagüis, a preguiça-de-coleira, o caxinguelê, o tamanduá.

Entre as aves destacam-se o jacu, o macuco, a jacutinga, o tiê-sangue, a araponga, o sanhaço, numerosos beija-flores, tucanos, saíras e gaturamos.

Entre os mamíferos, 39% também são endêmicos, o mesmo ocorrendo com a maioria das borboletas, dos répteis, dos anfíbios e das aves nativas. Nela sobrevivem mais de 20 espécies de primatas, a maior parte delas endêmicas.

O solo, na maior parte dos campos, apresenta baixa concentração de nutrientes e são muito suscetíveis a erosão, o que torna ainda mais rápido o processo de degradação dos campos.

Os Pampas são o único bioma do país a ocupar o território de apenas um estado, o Rio Grande do Sul, tomando cerca de 63% do território gaúcho. Desde o período de sua colonização, os pampas gaúchos vêm sendo utilizados como pastagens naturais e só em 2004 é que os Pampas tiveram sua importância reconhecida e foram alçados ao nível de “Bioma”.

O problema é que a maioria das atividades de pastagem não levam em conta a fragilidade do equilíbrio dos campos sulinos, além de terem forçado a evolução seletiva de espécies que melhor se adaptaram à atividade de pastoreio (pisoteamento). Entretanto, outros problemas vêm se somar aos impactos do sobrepastoreio (pastoreio excessivo, sem controle adequado), o plantio de espécies exóticas. Empresas de celulose vêm aumentando cada vez mais a exploração das áreas agriculturáveis dos campos sulinos.