Caatinga

28/08/2014 23:07

A caatinga é uma palavra originária do tupi-guarani, que significa “mata branca”, é o único bioma exclusivamente brasileiro. Está presente nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, Piauí e norte de Minas Gerais. O clima da caatinga é o semiárido, e é ele que acaba definindo a paisagem e os hábitos dos moradores deste bioma, pois as características desse tipo de clima são a baixa umidade e o pouco volume pluviométrico, ou seja, uma quantidade reduzida de chuvas.

Ela tem uma fisionomia de deserto, com índices pluviométricos muito baixos, em torno de 500 a 700 mm anuais. Além dessas condições climáticas rigorosas, a região das caatingas está submetida a ventos fortes e secos, que contribuem para a aridez da paisagem nos meses de seca. O mês do período seco é agosto e a temperatura do solo chega a 60ºC. O sol forte acelera a evaporação da água das lagoas e rios que, nos trechos mais estreitos, secam e param de correr. Quando chega o verão, as chuvas encharcam a terra e o verde toma conta da região. Mesmo quando chove, o solo raso e pedregoso não consegue armazenar a água que cai e a temperatura elevada provoca intensa evaporação. Por isso, somente em algumas áreas próximas às serras, onde a abundância de chuvas é maior, a agricultura se torna possível.

A vegetação da caatinga é composta por plantas xerófitas. Isto porque ela é formada por espécies que acabaram desenvolvendo mecanismos para sobreviverem em um ambiente com poucas chuvas e baixa umidade. No bioma são comuns árvores baixas e arbustos. Espinhos estão presentes em muitas espécies vegetais. Nos cactos, por exemplo, eles são folhas que se modificaram ao longo da evolução, fazendo com que a perda de água pela transpiração seja menor. Mesmo com o curto período de chuvas, existe uma variedade de espécies vegetais, como o mandacaru, a coroa-de-frade, o xique-xique, o juazeiro, o umbuzeiro e a aroeira.

Na longa estiagem, os sertões são, muitas vezes, semidesertos e nublados, mas sem chuva. O vento seco e quente não refresca, incomoda. A vegetação adaptou-se ao clima para se proteger. As folhas, por exemplo, são finas, ou inexistentes. Os cerca de 20 milhões de brasileiros que vivem nos 800 mil km2 de Caatinga nem sempre podem contar com as chuvas de verão. Quando não chove, o homem do sertão e sua família sofrem muito. Precisam caminhar quilômetros em busca da água dos açudes. A irregularidade climática é um dos fatores que mais interferem na vida do sertanejo.

O solo presente na caatinga é raso, rico em minerais, mas pobre em matéria orgânica, já que a decomposição desta matéria é prejudicada pelo calor e a luminosidade, intensos durante todo ano na caatinga.

A maioria dos animais da caatinga tem hábitos noturnos, o que evita que se movimentem em horas mais quentes. Os lagartos são muito comuns na região, já foram catalogadas 47 espécies deles, entre elas estão o calango verde e o calanguinho.

Nos répteis se destacam as serpentes, já foram encontradas 45 espécies delas com maior destaque para à cascavel que é uma das cobras mais vistas na caatinga. Encontra-se também, algumas aves como, o carcará, a asa-branca e a gralha-canção, havia também a arararinha azul eu vista pela última vez na natureza em 2000 e hoje é considerada extinta pelo Ibama. Já os anfíbios são os animais mais numerosos da caatinga, podemos citar os mais conhecidos, o sapo cururu e a jia de parede.

Também existem muitos mamíferos na caatinga. Entre as árvores secas e em terrenos pedregosos, vivem onças, gatos selvagens, capivaras, gambás, preás, macacos-prego, e o veado catingueiro, também ameaçado de extinção como a arara-azul-de-Lear.