Biomas Brasileiros e Domínios Morfoclimáticos.
Caatinga
28/08/2014 23:07A caatinga é uma palavra originária do tupi-guarani, que significa “mata branca”, é o único bioma exclusivamente brasileiro. Está presente nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, Piauí e norte de Minas Gerais. O clima da caatinga é o semiárido, e é ele que acaba definindo a paisagem e os hábitos dos moradores deste bioma, pois as características desse tipo de clima são a baixa umidade e o pouco volume pluviométrico, ou seja, uma quantidade reduzida de chuvas.
Ela tem uma fisionomia de deserto, com índices pluviométricos muito baixos, em torno de 500 a 700 mm anuais. Além dessas condições climáticas rigorosas, a região das caatingas está submetida a ventos fortes e secos, que contribuem para a aridez da paisagem nos meses de seca. O mês do período seco é agosto e a temperatura do solo chega a 60ºC. O sol forte acelera a evaporação da água das lagoas e rios que, nos trechos mais estreitos, secam e param de correr. Quando chega o verão, as chuvas encharcam a terra e o verde toma conta da região. Mesmo quando chove, o solo raso e pedregoso não consegue armazenar a água que cai e a temperatura elevada provoca intensa evaporação. Por isso, somente em algumas áreas próximas às serras, onde a abundância de chuvas é maior, a agricultura se torna possível.
A vegetação da caatinga é composta por plantas xerófitas. Isto porque ela é formada por espécies que acabaram desenvolvendo mecanismos para sobreviverem em um ambiente com poucas chuvas e baixa umidade. No bioma são comuns árvores baixas e arbustos. Espinhos estão presentes em muitas espécies vegetais. Nos cactos, por exemplo, eles são folhas que se modificaram ao longo da evolução, fazendo com que a perda de água pela transpiração seja menor. Mesmo com o curto período de chuvas, existe uma variedade de espécies vegetais, como o mandacaru, a coroa-de-frade, o xique-xique, o juazeiro, o umbuzeiro e a aroeira.
Na longa estiagem, os sertões são, muitas vezes, semidesertos e nublados, mas sem chuva. O vento seco e quente não refresca, incomoda. A vegetação adaptou-se ao clima para se proteger. As folhas, por exemplo, são finas, ou inexistentes. Os cerca de 20 milhões de brasileiros que vivem nos 800 mil km2 de Caatinga nem sempre podem contar com as chuvas de verão. Quando não chove, o homem do sertão e sua família sofrem muito. Precisam caminhar quilômetros em busca da água dos açudes. A irregularidade climática é um dos fatores que mais interferem na vida do sertanejo.
O solo presente na caatinga é raso, rico em minerais, mas pobre em matéria orgânica, já que a decomposição desta matéria é prejudicada pelo calor e a luminosidade, intensos durante todo ano na caatinga.
A maioria dos animais da caatinga tem hábitos noturnos, o que evita que se movimentem em horas mais quentes. Os lagartos são muito comuns na região, já foram catalogadas 47 espécies deles, entre elas estão o calango verde e o calanguinho.
Nos répteis se destacam as serpentes, já foram encontradas 45 espécies delas com maior destaque para à cascavel que é uma das cobras mais vistas na caatinga. Encontra-se também, algumas aves como, o carcará, a asa-branca e a gralha-canção, havia também a arararinha azul eu vista pela última vez na natureza em 2000 e hoje é considerada extinta pelo Ibama. Já os anfíbios são os animais mais numerosos da caatinga, podemos citar os mais conhecidos, o sapo cururu e a jia de parede.
Também existem muitos mamíferos na caatinga. Entre as árvores secas e em terrenos pedregosos, vivem onças, gatos selvagens, capivaras, gambás, preás, macacos-prego, e o veado catingueiro, também ameaçado de extinção como a arara-azul-de-Lear.
Cerrado
28/08/2014 23:05O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, também denominado “savana brasileira” pelas semelhanças ao clima, relevo e vegetação, ocupa uma área de mais de dois milhões de quilômetros quadrados, cerca de 22% do território nacional. O Cerrado abrange os estados da região Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal), além do sul do Pará e Maranhão, interior do Tocantins, oeste da Bahia e Minas Gerais, bem como o norte de São Paulo. Sua vegetação encontra-se em uma região onde o clima que predomina é o tropical, apresenta duas estações bem definidas: uma chuvosa, entre outubro e abril, e outra seca, entre maio e setembro, é constituída por espécies do tipo tropófilas (vegetais adaptados às duas estações distintas, como ocorre no Centro-Oeste), além disso, são caducifólias (que caem as folhas no período de estiagem) com raízes profundas, em geral, de pequeno porte, com galhos retorcidos e folhas grossas.
O relevo é moldado por planaltos, platôs ou chapadões, sendo que suas elevações não passam de 1100 metros. Os maiores picos, com alturas entre 1700 e 2000 metros, são o Pico do Itacolomi e o Pico do Sol. O solo típico do bioma é profundo, arenoso, poroso e permeável, sendo bem drenado o que resulta na lixiviação do mesmo. É, em geral, ácido, resultando numa baixa fertilidade.
O clima, do Cerrado é caracterizado por invernos secos e verões chuvosos com elevada variabilidade relativa da precipitação, cuja distribuição crescente das chuvas ocorre no sentido leste para oeste. Possui moderada umidade relativa do ar (a maior parte do bioma apresenta umidade relativa média anual entre 60% e 80%) cujos mais baixos índices são encontrados no limite com o Nordeste brasileiro e em grande parte do estado de Goiás. Dentre os principais sistemas atmosféricos que atuam no bioma, destacam-se: o Anticiclone do Atlântico Sul (responsável pelo regime de chuva de grande parte do Cerrado); a Massa Tropical Continental (que em condições de baixa pressão é responsável pelos veranicos, isto é, períodos de estiagem durante a estação chuvosa); e a Massa Polar Atlântica (que exerce influência na região Centro-Oeste durante todo o ano, com maior frequência durante o inverno).
A média de chuvas anual fica em torno de 1.300 a 1.700 mm. Grande parte da chuva concentra-se nos meses de outubro a março (nas estações da primavera e verão). Entre maio e setembro ocorre a estação seca, período em que as chuvas são raras, podendo ocorrer estiagem. Entre os meses de julho a agosto a umidade do ar cai muito (tempo seco), podendo ficar entre 15% e 30%. Este clima seco é um problema para a vegetação do cerrado, pois favorece o surgimento de incêndios.
O conjunto de animais que fazem parte do elenco do cerrado é único. Desde mamíferos até insetos, este bioma reúne uma capacidade incrível de singularidade.
Fazem parte da fauna da savana brasileira: antas, gambás, lontras, capivaras, tatus, tamanduás-bandeira, preguiça e onças-pintadas. Os pássaros são: tucanos, urubus, garças, águias, beija-flores e canários como os mais conhecidos. Conta também com a presença de um acervo de peixes como: lambaris, piabas, bagres, piranhas e dourados.
Pantanal
28/08/2014 23:04É um dos principais ecossistemas do Brasil, além de ser a maior área alagada do planeta. Estende-se pelos territórios do Mato Grosso (região sul), Mato Grosso do Sul (noroeste), Paraguai (norte) e Bolívia (leste). Predomina o clima do tipo Tropical Continental, as estações de chuva e seca são bem definidas, o volume de chuvas no verão é muito maior do que no inverno. Portanto, o verão é uma estação chuvosa no Pantanal, enquanto o inverno é seco.
A região do pantanal sul-mato-grossense recebe influência de importantes sistemas atmosféricos da América do Sul e com mais de um tipo de regime pluviométrico, por conseguinte obtendo-se relevância nos estudos de sua precipitação pluviométrica temporal e espacial. As chuvas fortes são comuns no Pantanal, que recebe uma grande influência do Rio Paraguai e seus afluentes que alagam a região, formando extensas áreas alagadiças (pântanos) e favorecendo a existência de uma rica biodiversidade.
Dentro do ciclo de cheia e seca dos rios, no recuar das águas (período de vazante), a vegetação aquática morre e dá lugar à vegetação terrestre, na maioria gramínea, que rapidamente se recompõe. Durante a enchente, a água passa a cobrir a planície gradativamente, em lâminas d'água muito rasas, deixando a vegetação submersa. Ocorre então a decomposição de toda esta matéria orgânica, proveniente das plantas aquáticas mortas e das terrestres e, à medida que aumenta o nível da inundação, os produtos da decomposição são levados para os lagos, córregos e rios.
Assim, o Pantanal destaca-se pela riqueza de sua fauna, apresentando em torno de 650 espécies de aves, 80 de mamíferos, 260 de peixes e 50 de répteis. Podemos encontrar, principalmente, as seguintes espécies: jacarés, capivaras, peixes (dourado, pintado, curimbatá, pacu), ariranhas, onça-pintada, macaco-prego, veado-campeiro, lobo-guará, cervo-do-pantanal, tatu, bicho-preguiça, tamanduá, lagartos, cágados, jabutis, cobras (jibóia e sucuri) e pássaros (tucanos, jaburus, garças, papagaios, araras, emas, gaviões).
Entre as atividades econômicas do Pantanal, destacam-se a pecuária e o turismo. Nas regiões de planícies, cobertas por formação vegetal de gramíneas (alimentação para o gado), estão estabelecidas diversas fazendas de gado. Há também a atividade da pesca, devido a grande a quantidade de rios e peixes na região. A beleza do Pantanal também atrai muitos turistas brasileiros, gerando renda e empregos na região, que é bem servida de hotéis, pousadas e serviços turísticos.
Floresta Amazônica
28/08/2014 22:56Situada na região norte da América do Sul, a floresta amazônica possui uma extensão de aproximadamente 7 mil quilômetros quadrados, espalhada por territórios do Brasil, Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Equador, Suriname, Guiana e Guiana Francesa. Porém, a maior parte da floresta está presente em território brasileiro (estados do Amazonas, Amapa, Rondônia, Acre, Pará e Roraima). Em função de sua biodiversidade e importância, foi apelidada de o "pulmão do mundo".
É uma floresta tropical fechada, formada em boa parte por árvores de grande porte, situando-se próximas uma das outras (floresta fechada). O solo desta floresta não é muito rico, pois possui apenas uma fina camada de nutrientes. Esta é formada pela decomposição de folhas, frutos e animais mortos. Este rico húmus é matéria essencial para as milhares de espécies de plantas e árvores que se desenvolvem nesta região. Outra característica importante da floresta amazônica é o perfeito equilíbrio do ecossistema. Tudo que ela produz é aproveitado de forma eficiente. A grande quantidade de chuvas na região também colabora para o seu perfeito desenvolvimento.
Como as árvores crescem muito juntas uma das outras, as espécies de vegetação rasteira estão presentes em pouca quantidade na floresta. Isto ocorre, pois com a chegada de poucos raios solares ao solo, este tipo de vegetação não consegue se desenvolver. O mesmo vale para os animais. A grande maioria das espécies desta floresta vive nas árvores e são de pequeno e médio porte. Podemos citar como exemplos de animais típicos da floresta amazônica: macacos, cobras, marsupiais, tucanos, pica-paus, roedores, morcegos entre outros. Os rios que cortam a floresta amazônica (rio amazonas e seus afluentes) são repletos de diversas espécies de peixes.
O clima é equatorial úmido e sub-úmido, controlado pela ação dos alísios e baixas pressões equatoriais (doldrums) e pela ZCIT - Zona de Convergência Intertropical. Na Amazônia Ocidental, o clima sofre a interferência da massa equatorial continental (mEc); na Amazônia Oriental, região do médio e baixo Amazonas e litoral, o clima sofre interferência da massa equatorial marítima (mEm) e da ZCIT. A massa polar atlântica (mPa) atua no interior da Amazônia, percorrendo o território nacional no sentido S - NW através da depressão do Paraguai, canalizando o ar frio e provocando queda da temperatura. O fenômeno é conhecido como "friagem". Predomina o clima equatorial, com pluviosidade média anual de 2.500 mm e temperatura média anual de 24 ºC. O total de chuvas varia de 1.400 a 3.500 mm por ano. O clima é distribuído de maneira a caracterizar duas épocas distintas: a seca e a chuvosa.
Um dos principais problemas é o desmatamento ilegal e predatório. Madeireiras instalam-se na região para cortar e vender troncos de árvores nobres. Há também fazendeiros que provocam queimadas na floresta para ampliação de áreas de cultivo (principalmente de soja). Estes dois problemas preocupam cientistas e ambientalistas do mundo, pois em pouco tempo, podem provocar um desequilíbrio no ecossistema da região, colocando em risco a floresta.
Outro problema é a biopirataria na floresta amazônica. Cientistas estrangeiros entram na floresta, sem autorização de autoridades brasileiras, para obter amostras de plantas ou espécies animais. Levam estas para seus países, pesquisam e desenvolvem substâncias, registrando patente e depois lucrando com isso. O grande problema é que o Brasil teria que pagar, futuramente, para utilizar substâncias cujas matérias-primas são originárias do nosso território.
Com a descoberta de ouro na região (principalmente no estado do Pará), muitos rios estão sendo contaminados. Os garimpeiros usam o mercúrio no garimpo, substância que está contaminando os rios e peixes da região. Índios que habitam a floresta amazônica também sofrem com a extração de ouro na região, pois a água dos rios e os peixes são importantes para a sobrevivência das tribos.
Campos ou Pampas
28/08/2014 22:52Os Campos, também chamados de Pampas (termo de origem indígena que significa “região plana”) ou Campos Sulinos, são formações abertas compostas basicamente por gramíneas com alguns arbustos como Matas Ciliares (nos leitos dos rios).
As gramíneas mais encontradas nos campos da região sul do Brasil são a Stipa, Piptochaetium, Aristida, Briza e Mélica, além de algumas espécies de cactos, leguminosas e bromeliáceas.
É um dos ecossistemas mais ricos em relação à biodiversidade de espécies animais, contando com espécies endêmicas, raras, ameaçadas de extinção, espécies migratórias, cinegéticas e de interesse econômico dos campos sulinos.
As principais espécies ameaçadas de extinção são exemplificadas por inúmeros animais, como: a onça-pintada, a jaguatirica, o mono-carvoeiro, o macaco-prego, o guariba, o mico-leão-dourado, vários sagüis, a preguiça-de-coleira, o caxinguelê, o tamanduá.
Entre as aves destacam-se o jacu, o macuco, a jacutinga, o tiê-sangue, a araponga, o sanhaço, numerosos beija-flores, tucanos, saíras e gaturamos.
Entre os mamíferos, 39% também são endêmicos, o mesmo ocorrendo com a maioria das borboletas, dos répteis, dos anfíbios e das aves nativas. Nela sobrevivem mais de 20 espécies de primatas, a maior parte delas endêmicas.
O solo, na maior parte dos campos, apresenta baixa concentração de nutrientes e são muito suscetíveis a erosão, o que torna ainda mais rápido o processo de degradação dos campos.
Os Pampas são o único bioma do país a ocupar o território de apenas um estado, o Rio Grande do Sul, tomando cerca de 63% do território gaúcho. Desde o período de sua colonização, os pampas gaúchos vêm sendo utilizados como pastagens naturais e só em 2004 é que os Pampas tiveram sua importância reconhecida e foram alçados ao nível de “Bioma”.
Manguezais
28/08/2014 22:50O Manguezal é um ecossistema típico de áreas costeiras alagadas em regiões de clima tropical ou subtropical. É importante não confundir mangue com manguezal. Mangue é o tipo de vegetação predominante nos manguezais.
Mesmo com uma variedade pequena de espécies, o manguezal ainda é considerado um dos ambientes naturais mais produtivos do Brasil devido às grandes populações de crustáceos, peixes e moluscos existentes. Desenvolve-se nos estuários e na foz dos rios sendo um berçário para muitas espécies de animais.
O manguezal é composto por apenas três tipos de árvores (Rhizophora mangle – mangue-bravo ou vermelho, Avicena schaueriana – mangue-seriba ou seriúba – eLaguncularia racemosa– mangue-branco) que podem chegar a até 20 metros de altura em alguns lugares do país. Esse tipo de ecossistema se desenvolve onde há água salobra e em locais semi abrigados da ação das marés, mas com “canais” chamados gamboas que permitem a troca entre água doce e salgada. Seu solo é bastante rico em nutrientes e matéria orgânica com características lodosas e, composto por raízes e material vegetal parcialmente decomposto (turfa).
A fauna dos manguezais representa significativa fonte de alimentos para as populações humanas. Os estoques de peixes, moluscos e crustáceos apresentam expressiva biomassa, constituindo excelentes fontes de proteína animal de alto valor nutricional. Os recursos pesqueiros são considerados como indispensáveis à subsistência das populações tradicionais da zona costeira.
O Brasil possui a maior faixa de manguezal do planeta com cerca de 20 mil km² que se estendem desde o nordeste (Cabo Orange – Amapá) até o sul do país (Laguna – Santa Catarina). Os manguezais também são encontrados na Oceania, África, Ásia e outros países da América.
A exploração comercial do manguezal começou na Ásia se expandindo para os outros países de clima tropical e subtropical e se tornando uma das principais ameaças para esse ecossistema. Na Tailândia, por exemplo, mais da metade da área de mangue foi destruída por causa da super-exploração. Assim como nas Filipinas, onde os mangues foram reduzidos a 110.000 hectares (dos 448.000 originais).
No Brasil, a Lei 4.771 de 15 de setembro de 1965 estabelece o manguezal como Área de Preservação Permanente (APP), e a Resolução CONAMA N.º 369 de 28 de março de 2006 estabelece que as áreas de mangue não podem sofrer supressão de sua vegetação ou qualquer tipo de intervenção, salvo em casos de utilidade pública. Mesmo assim, o manguezal é o ecossistema brasileiro mais ameaçado. Os piores inimigos dos manguezais brasileiros, além da super-exploração dos seus recursos naturais, são a poluição lançada pelas cidades costeiras e indústrias e derramamentos de petróleo. Há ainda quem afirme que os manguezais serão os ecossistemas mais afetados com a elevação da temperatura do planeta e do nível dos oceanos, uma vez que ele depende de um equilíbrio frágil entre os rios e as marés para manter suas características constantes.
Mata Atlântica
28/08/2014 22:47A Mata Atlântica compreende a região costeira do Brasil. Seu clima é equatorial ao norte e quente temperado sempre úmido ao sul, tem temperaturas médias elevadas durante o ano todo e não apenas no verão. A alta pluviosidade nessa região deve-se à barreira que a serra constitui para os ventos que sopram do mar.
A Mata Atlântica apresenta um alto índice pluviométrico e, em média, estes valores variam entre 1.800 e 3.600 mm/ano, podendo chegar à 4.000 mm/ano, como é o caso de Paranapiacaba (SP).
Seu solo é pobre e a topografia é bastante acidentada. No interior da mata, devido a densidade da vegetação, a luz é reduzida. Os ventos úmidos que sopram do mar em direção ao interior do continente ao subirem resfriam-se e perdem a umidade que possuem; o excesso condensa-se e se precipita, principalmente nas partes mais altas da serra, em forma de nevoeiro ou chuvas. Assim esses ambientes contém bastante umidade para sustentar as florestas costeiras, densas, com árvores de 20 a 30 metros de altura. Devido a densidade da vegetação arbórea, o sub-bosque é escuro, mal ventilado e úmido. Próximo ao solo existe pouca vegetação, devido à escassa quantidade de luz que consegue chegar aí.
As condições físicas na floresta atlântica variam muito, dependendo do local estudado, assim, apesar de a região estar submetida a um clima geral, há microclimas muitos diversos e que variam de cima para baixo nos diversos estratos. Os teores de oxigênio, luz, umidade e temperatura são bem diferentes dependendo da camada considerada.
Os solos da floresta são, via de regra, pobres em minerais e sua natureza é granítica ou gnáissica. A maior parte dos minerais está contida nas plantas em vez de estar no solo. Como há no solo muita serapilheira que origina abundante húmus, existem microrganismos de vários grupos os quais decompõem a matéria orgânica que se incorpora ao solo. Esses minerais uma vez liberados pela decomposição de folhas e outros detritos, são prontamente reabsorvidos pelo grande número de raízes existentes, retornando ao solo quando as plantas ou suas partes (ramos, folhas, flores, frutos e sementes) caem. Fecha-se, assim, o ciclo planta-solo, que explica a manutenção de florestas exuberantes, em solos nem sempre férteis, às vezes paupérrimos (como é, muitas vezes, o caso de florestas da Amazônia).
No entanto, o desmatamento leva a um rápido empobrecimento dos solos, já que as águas da chuva levam os minerais e os carregam para o lençol subterrâneo (lixiviação). Esses solos por esse motivo normalmente não se prestam à agricultura, a menos que sejam enriquecidos anteriormente. Muito frequentemente são de composição argilosa e após desmatamentos sofrem erosão rápida ou então endurecem, formando crostas espessas de difícil cultivo. É por isso que a queimada de uma floresta tropical empobrece rapidamente o solo já que as águas da chuva carregam os sais minerais ao lençol subterrâneo.
Mata dos Pinhais
28/08/2014 22:45A Mata dos Pinhais, caracterizada devido a grande presença de pinheiros, principalmente o Pinheiro-do-Paraná, está localizada na região Sul do Brasil (Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), em locais com altitudes superiores a 500 m. Está incluída dentro do Bioma Mata Atlântica e é também conhecida como Mata de Araucárias, em função da forte presença da Araucária angustifolia neste bioma. Registros apontam que a Mata dos Pinhais já ocupou cerca de 2,6% do território nacional e assim como outras formações florestais do Brasil ela vem sendo degradada em função do corte ilegal de árvores, para a produção de madeira e resinas. Outro fator que tem contribuído para o desmatamento é a abertura de novas áreas destinadas à agricultura e pecuária e, com isto, 95% da mata nativa já foi derrubada nas últimas décadas.
Este bioma caracteriza-se pela formação florestal fechada, densa, devido a grande quantidade de árvores altas (20 a 30 metros de altura), de folhas em formato de agulha e coníferas em formato triangular. A região da araucária está inserida nas partes mais altas das montanhas do Sul, nos planaltos, onde ocorrem altitudes médias de 600 a 800 m, e em alguns poucos lugares em que ultrapassam 1.000 m. Principia no primeiro planalto, imediatamente a oeste da Serra do Mar, e estende-se pelos segundo e terceiro planaltos do Estado do Paraná e Laranjeiras do Sul.
Nestas florestas coexistem representantes da flora tropical e temperada do Brasil. Apresenta em sua composição florística espécies diversas, como a imbuia, o sassafrás, a canela-lageana, erva-mate, caúna, jacarandá, caviúna, monjoleiro, sete-capotes, guabiroba, e a pitanga. O pinheiro-bravo, o pau-marfim, o tapexinguí, o fumo bravo, bromélias, orquídeas e as urticáceas, além de muitas outras espécies vegetais arbustos, lianas e ervas, também merecem destaque e são abundantes na floresta.
Quanto à fauna, a Mata de Pinhais é um dos ecossistemas mais ricos em relação à biodiversidade de espécies animais, contando com indivíduos endêmicos da flora e da fauna (a maioria das aves, répteis, anfíbios, mais de 20 espécies primatas e borboletas), raros, ameaçados de extinção, além de espécies migratórias.
O clima característico deste bioma é o subtropical, com chuvas regulares e estações relativamente bem definidas. As temperaturas variam de 30ºC, no verão, até alguns graus negativos, no inverno rigoroso. Os maiores índices pluviométricos são registrados nos planaltos, com chuvas bem distribuídas.
Restingas
28/08/2014 22:40No Brasil, as restingas são encontradas ao longo do litoral desde a costa leste do Pará até a costa do Rio Grande do Sul, perfazendo um total de aproximadamente 9.000 km de extensão.
Em cada uma das grandes regiões reconhecidas para a costa brasileira ocorre planícies formadas por sedimentos terciários e quaternários, depositados predominantemente em ambientes marinho, continental ou transicional; frequentemente tais planícies estão associadas a desembocaduras de grandes rios e podem estar intercaladas por falésias e costões rochosos de idade pré-cabralina.
As planícies costeiras formadas pela justaposição de cordões litorâneos são uma das feições mais marcantes do litoral brasileiro, especialmente da sua porção sudeste e sul, em cujos ambientes atuais podem ser encontrados praias, dunas frontais, cordões litorâneos e zonas intercordões. Na vegetação ocorrente sobre as planícies costeiras brasileiras, os termos empregados para designar a restinga variam muito.
De maneira geral, a palavra restinga é utilizada para todos os tipos de depósitos arenosos litorâneos, de origens variadas, caracterizadas, em geral, por superfícies baixas e levemente onduladas, com suave declive rumo ao mar. Podemos considerar como “vegetação de restinga” o conjunto de comunidades vegetais fisionomicamente distintas, sob influência marinha e flúvio- marinhas distribuídas em mosaico e em áreas com grande diversidade ecológica, sendo classificadas como comunidades edáficas, por dependerem mais da natureza do solo que do clima.
Quaresmeiras, Orquídeas, cactos, pitangas, bromélias são algumas plantas comuns da restinga. Suas raízes são na maioria, extensas e superficiais para aumentar a superfície de absorção e contribuir para a fixação no substrato móvel. À medida que se caminha do mar em direção ao continente, ocorre uma redução na concentração salina no solo, o que caracteriza formações vegetais distintas.
A expansão urbana e a caça indiscriminada têm concorrido bastante para o desaparecimento de muitas espécies de mamíferos da restinga. Até a onça-parda e a suçuarana ocorria aí normalmente, assim como suas presas, o veado-do-catingueiro, o porco do mato e roedores como a capivara, a paca e a cotia. Atualmente os mamíferos predadores se restringem ao cachorro-do-mato, o coati, o guaxinim e alguns felinos como o gato-do-mato, esses bastante escassos. Além de gambas ocorrem ainda alguns roedores, entre eles o simpático caxinguelé.
A ave fauna regional é também encontrada em outras comunidades bióticas adjacentes às restingas. Nas praias arenosas, há os urubus, gaivotas e maçaricos entre outras, são comedoras de pequenos antrópodes ou se alimentam de carniça.
Nas partes mais internas das restingas, onde a vegetação florestal é mais desenvolvida encontrem se aves como a rolinha-da-restinga, anus, bacuraus, beija-flores. Nas partes descampadas vive o indefectível corujinha-buraqueira, que usa as tocas abandonadas de tatu ou constrói seus abrigos, cavando o solo com as patas. Também podemos encontrar a corujinha-do-mato. Também são numerosos os passiformes, como o sabiá-da-praia, o tiê-sangue, os sanhaços, sairas e a pequena cambacica.
Entre os répteis ocorrem serpentes, como o sururucu, lagartos e calangos, os jabutis são atualmente raros e até há uns anos passados era possível encontrar o jacaré-de-papo- amarelo nas lagoas circundadas por restingas.
À medida que a vegetação surge com maior pujança ocorrem outras espécies, como é o caso do crustáceo, maria-farinha e alguns anfíbios, entre eles diversas pererecas.